9 lutas e 1 reflexão

Publicado em 14/08/2016

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Cada luta, um sentimento diferente.
Cada sentimento diferente, um aprendizado sobre o esporte, sobre si mesmo e sobre a vida.

Passando rapidinho pra dar notícias, faz tempo que não publico aqui.

A vida está uma loucura: dois treinos por dia, trabalho, atravessar a cidade na ida, na volta, lutas e mais lutas.

Ontem fiz minha nona luta! Uau!

E saí com a vitória aos olhos dos 5 juízes: 1 empate e 4 favoráveis a mim.

Paula Japa (Omnoi) X Jéssica (Onorato) Luta pelo Arena Brazil, organização da FEPLAM

Apesar de ter saído com a vitória, não saí feliz. Não saí satisfeita com meu desempenho.

Não sei, não achei o jogo que treinamos, me senti perdida. Meu corner me falou que eu precisaria ser muito superior no round 5 se eu quisesse ganhar e assim fui, de coração, tentar pegar a vitória.

Consegui, mas não saí feliz.

Cara, eu não tenho nem 1 ano de ringue e ainda consigo contar nos dedos das mãos a quantidade de lutas que eu tenho, mas mesmo assim posso dizer que já senti o gosto de vários sentimentos em relação a lutar.

Já senti que fiz uma luta muito boa e saí com a vitória. Nesse caso, a felicidade exala fortemente, como diz meu treinador Raoni Messore.

Já fiz luta parelha, que na hora de levantar a mão você não sabe o que vai acontecer… e quando levanta a sua, você sente aquele alivio e o dever cumprido.

Já nocauteei. Sensação incrível!

Já lutei mal e perdi, mas saí conformada.

Já senti que lutei muito bem e perdi, mas continuei feliz pelo o que apresentei.

Já senti o contrário, de ter lutado bem e ganhado, e os árbitros darem para a adversária e eu sair com raiva, muita raiva.

Ontem, saí insatisfeita. Incompleta.

A única coisa que me fez melhor foi ver o sorriso na cara dos meus treinadores.

Mas o pior que lutar e perder ou lutar e não gostar do que apresentou, é sem dúvida não lutar.

Há duas semanas, eu faria minha nona luta. Essa de ontem seria a décima para atingir minha meta de 10 lutas em 1 ano.

Na sexta-feira a tarde, quando eu já estava no peso – pesagem sábado, luta no domingo – a minha adversária se machucou e comunicou à organização do evento que não poderia mais lutar.

Preparação física, técnica, dor, exaustão, perda de peso pra nada é realmente desanimador. Segunda-feira eu não queria nem mais treinar… será que valeria a pena sofrer tudo de novo? Será que a próxima luta vai acontecer mesmo?

Respirei e segui… falei esses dias para uma amiga que ser atleta tem me ensinado mais sobre a vida do que quando eu estudava filosofia. E é a mais pura verdade.

Ah, e quanto a me preparar de novo, sim, valeu a pena.

Minha adversária, Jéssica da Onorato, cumpriu seu compromisso e muito bem. Mérito dela não ter deixado eu conseguir impor meu jogo e fazer eu colocar na minha coleção de sentimentos pós luta essa sensação nova.

Obrigada, Jéssica!

Sensação que me coloca em cheque se ‘nasci pra isso’… mas a minha teimosia e meu amor não me deixará desistir.

Então aqui estou, mais forte e à espera de outros sentimentos que eu ainda não experimentei.

Omnoi Muaythai Gym 2015 com o troféu no IX Arena Brazil ontem.

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Quem publicou?

Por Rapha Ribrodi

Administrador & Fundador do AcervoThai, lutador profissional, desenvolvedor web e gerente de marketing. Migrou para a Tailândia em 2012, morou em Bangkok, Phuket, Ubon Ratchatanne, Chiang Mai e Pattaya. São mais de 8 anos morando no país de origem do Muaythai, Raphael teve a oportunidade de lutar nos principais estádios e eventos do esporte. Possui mais de 60 lutas pela Ásia e busca sempre ajudar na divulgação do esporte no Brasil.

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