O recomeço

Publicado em 05/04/2016

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É muito triste aceitar o fim de um relacionamento.

E quando você acha que está mal por conta disso, não percebe que ainda tem mais outros momentos difíceis por vir.

Na verdade você tem 2 opções: ou se acomodar e sofrer, ou sofrer e sair da sua zona de conforto.

Isso aconteceu comigo ao longo das últimas semanas. Em um momento percebi que a relação com minha ex-equipe tinha acabado. Sofri sozinha, tentei levar por mais algum tempo acreditando que poderia ser apenas uma crise. Afinal, o amor ainda existia.

E naquelas de acreditar em fidelidade, que tem que estar com o mesmo até o fim, aquela coisa de ‘na saúde e na doença’ pesa e você tenta mais um pouco.

Mas lembre-se, somos daqueles que dão a cara pra bater no ringue… então somos aqueles que podem dar a cara pra bater fora dele também.

Depois da dor da tristeza de perceber que o fim chegou, vem a angústia de tomar uma decisão.

Quando a decisão se torna consciente e você percebe que não tem mais volta, surge a incerteza do que está por vir.

Depois, a dor da perda.

Uma das minhas frases favoritas na vida é “Cada escolha, uma renúncia.”

Certamente você vai magoar pessoas que gosta e ativar a ira de outras, até de quem não gosta de você. Mas o pior de tudo, perder o contato do dia a dia com aqueles que sempre te levantaram quando você caiu, que elogiaram quando você acertou, que enxugaram as suas lágrimas ou te deram uma palavra amiga ou um ouvido paciente.

Toda essa transformação dói.

E depois que tudo isso passou, você acha que foi superada a má fase… engano seu. Vem outras.

Eu nem vou citar o fala-fala que começam por trás, te chamando de falsa, ‘traíra’.

Pera aí, meu bem. Quem não tem conhecimento do que é um treino de atleta, do que é ser atleta não pode falar sobre isso. Sou eu que preciso me sentir confiante pra entrar no ringue, afinal é meu rosto que será dado para que um cotovelo possa vir a cortá-lo.

Entender que se precisa de mais e que se quer mais é difícil porque é difícil se auto avaliar.

Mas, para nós que lutamos e encaramos o treino com disciplina, há um momento que sabe que se está limitado. Talvez não porque o outro não tenha mais nada pra te ensinar. Talvez eu mesma não consiga mais aprender daquele jeito, talvez eu mesma precise de outras formas, de coisas novas.

Você toma a atitude, muda e claro, continua o trabalho.

Iniciar em outra academia é pior que começar do começo. O recomeço é duro.

É entrar na ponta dos pés, é tentar reparar erros e tirar vícios, é tentar entender outra metodologia e conceito, é aceitar ser corrigido 10 vezes de 9 movimentos que é feito.

É preciso ter humildade para ouvir, ter paciência para reaprender, se desarmar para confiar no novo.

De novo usarei a mesma palavra que foi tantas vezes repetida aqui: é difícil. Mas… é necessário.

E foi assim que numa segunda-feira eu comecei numa casa nova, na Omnoi Muaythai Gym 2015.

Neste primeiro dia, senti muita falta de não estar entre amigos e ao mesmo tempo precisei ser forte pra entender que eu precisava separar e guardar o que eu tenho de bom, e descartar o que eu trazia dentro de mim que não cabia nesta nova fase.

Não vou falar que não saí ainda sentida desse primeiro dia. Mas nos próximos fui recompensada por sorrisos, superação, garra e até melhoras – que ainda é pouca, mas sei que crescerá.

O que eu sempre trarei comigo é a gratidão pela minha primeira equipe, a Furions Fight Team que me apresentou para esse universo e pela Steel Team, equipe de estendeu as mãos para me ajudar a evoluir. Sem sombra de dúvidas, foi nesse período minha maior evolução.

Agradeço imensamente também meus novos treinadores: Raoni Messori, Ricardo Pacheco, Felipe Zayas, Felipe Moraes, Dennys Camara, Nuno Pantarotto e Alex Santos Oliveira.
Afinal, se eu tenho que ter paciência pra reaprender, vocês tem que ter mais ainda pra ensinar quem tem alguns vícios.

O recomeço é duro. Mas, quer saber? É o momento de se reconhecer, de aprender mais e conhecer outros parceiros.

Ou seja, o recomeço também é lindo.

Omnoi Muaythai Gym

 Obrigada a todos vocês que me receberam tão bem.

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