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A valorização do atleta na atualidade Pt 4 – Entrevista com Adriano Souza (Attack Fight)

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Publicado em 05/12/2016

Continuando a série de entrevistas com os organizadores de eventos, hoje o depoimento fica por conta de Adriano Souza, responsável pelo Attack Fight, evento que acontece na cidade de Portão, a 40 Km da capital gaúcha, e leva o nome de sua marca de equipamentos.

Sair do eixo São Paulo-Santos é uma meta que eu tentarei colocar pra mim mesma, tentar olhar o Muaythai de uma forma mais ampla, em âmbito nacional mesmo.
Claro que é mais fácil eu falar sobre o que eu vejo e o que eu vivo. Mas tentarei me policiar para mostrar que tem muita coisa acontecendo e para tentar promover um intercâmbio de informação, que certamente só fará bem ao nosso esporte.

Adriano passou uma temporada em 2014 na Tailândia como atleta e retornou em 2015 com um de seus alunos.

Nesta segunda estadia, foram 60 dias treinando, lutando e vivendo o Muaythai lá no berço. Assistiram diversos campeonatos e com mais informações na bagagem, amadureceu a ideia de criar um evento no Rio Grande do Sul como os que vira na Tailândia.

Como já tinha uma marca de equipamentos de luta, a Attack Sports, o evento levou o mesmo nome.

Segundo o Adriano, o evento revelou ao seu Estado uma realidade até então não conhecida, com lutas de 5 rounds de 3 minutos por 2 de descanso e até com um ringue confeccionado nos moldes tailandeses.

Os eventos tiveram boa repercussão, trouxeram novos contatos e novas possibilidades. Neste ano de 2016 contou com um super GP masculino, 67Kgs, composto por 3 edições.

O vencedor, Rudinei Leal, além da bolsa, ganhou passagem para a Tailândia e o treinamento de 30 dias na Phuket Fight Club com o Treinador Leonardo Sessegolo.

Adriano Souza e os competidores da última edição do Attack Fight

Blog da Japa: Qual a maior preocupação quando você planeja um evento?

Adriano Souza: Preocupo-me com a valorização dos atletas (eles recebem um valor em dinheiro para lutar), que o evento fique bonito com um belo espetáculo para o público assistir, que todos saiam contentes e que o Muaythai prevaleça.

Acho que essa é a maior preocupação, mostrar para o público como o Muaythai na origem, como ele é na Tailândia.

BJ: Como você pensa a bolsa de um atleta?

AS: Eu acredito que todo atleta profissional deve receber pra lutar.

Aqui no Rio Grande do Sul, tínhamos somente evento amadores e no final algumas poucas lutas profissionais onde esses atletas não recebiam nada para lutar, pelo contrário, acabavam pagando uma taxa de inscrição e eu nunca achei justo.

Hoje esse cenário está mudando, temos diversos eventos que esses atletas profissionais ganham para lutar.

BJ: Você sempre consegue pagar o que acha justo?

AS: Estamos sempre fechando parcerias para valorizar o atleta, com empresas da cidade e região, e com isso conseguimos pagar bolsa para todos os atletas (ainda não acho ser o ideal em questão de valores). Mas estamos a cada evento melhorando a bolsa para os atletas.

BJ: Se não, pensa em outra forma de valorizá-lo? Como? Quais?

AS: Temos alguns prêmios em dinheiro que damos aos atletas que fizeram a melhor luta da noite, o melhor nocaute e nas super lutas. Os vencedores também ganham um adicional em dinheiro pela vitória.

Além desses valores, também temos em cada evento, uma empresa patrocinadora que fornece brindes a todos os atletas que participam dos combates, independente da vitória ou derrota, como incentivo a todo o trabalho que tiveram para estar ali.

BJ: Qual a maior dificuldade que você encontra para executar o planejamento?

AS: A maior dificuldade hoje é casar lutas, montar o card, procurar não repetir os combates. Mostrar ao público o que temos de melhor e dar chance a todos que estão iniciando no profissional ou aqueles que já estão a mais tempo no ramo.

Acontece também de “cair” alguma luta por problema de lesão, já que os atletas passam a treinar mais forte para o evento, mas isso faz parte do espetáculo que nos comprometemos a fornecer.

Patrocínio (que também é difícil), graças a deus sempre conseguimos.

Temos aqueles que nos apoiam desde a época que eu era atleta e mantemos esse relacionamento pois eles acreditam nesse projeto.

BJ: Para finalizar, você como empresário de uma marca de equipamentos, também patrocina atletas ou incentiva o esporte de alguma forma?

AS: Sou patrocinador de vários atletas aqui do Sul. Ajudo sempre que posso esses atletas a buscarem novos horizontes.

Semana passada teve um atleta aqui do Sul que ajudei ir para Santos-SP lutar. Sempre que posso ajudo de várias maneiras, com equipamento, com dinheiro ou arrumando lutas com promotores amigos.

attack-vendecod

O vencedor do GP 67Kgs Rudinei Leal

 

É isso galera, fecharemos essa série de entrevista com Gabriel Matoso do Litorâneos Stadium e por fim, tentarei concluir através dessas informações coletadas.

Para conferir a entrevista dom Diogo Bernardes (Heart of Fighters), clique aqui.

Com Fabaum Damásio (Portuários Stadium), aqui.

E com Marcelo Calegari (FEPLAM), aqui.

Beijos,

Japa.

Quem publicou?

Rapha Ribrodi

Administrador & Fundador do AcervoThai, ex-lutador profissional, desenvolvedor web e consultor de dados. Migrou para a Tailândia em 2012, morou em Bangkok, Phuket, Ubon Ratchathani, Chiang Mai e Pattaya. Com mais de 10 anos no país de origem do Muay Thai, Raphael lutou nos principais estádios e eventos na Tailândia. Com mais de 60 lutas pela Ásia, ele se dedica a divulgar o esporte no Brasil, para ajudar a nova geração de lutadores brasileiros.
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