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A valorização do atleta na atualidade Pt 3 – Entrevista com Marcelo Calegari (FEPLAM)

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Publicado em 29/11/2016

A Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais (FEPLAM) fechou seu calendário de 2016 no último sábado, 26 de novembro, com o evento Torneio de Campeões – evento que eu estava classificada para o GP feminino até 60Kgs, mas não pude participar por ter estreado no profissional na semana passada e este evento é destinado aos amadores.

Se não fosse por esse “pequeno” detalhe, eu teria lutado… enfim…

A FEPLAM, ao meu ver, é uma federação com expressão gigante dentro do Muaythai paulista e porque não dizer do Muaythai nacional.

É responsável por promover excelentes eventos mensais de baixo custo para o público – a entrada normalmente é 1 kg de alimento – e, segundo os atletas, com a melhor bolsa para os profissionais.

Os eventos costumam ter telões, show de luzes e conta com seu próprio corpo de arbitragem.

Para dar sequência às entrevistas sobre a valorização do atleta na atualidade, eu conversei com Marcelo Calegari.

Relembrando que já foram publicadas conversas com Diogo Bernardes (Heart of Fighters) e com Fabaum Damásio do Portuários Stadium.

Em breve, entrevista com Adriano Souza, responsável pelo Attack Fight (RS) e Gabriel Matoso do Litorâneos Stadium (Natal).

calgari

Blog da Japa: Qual a maior preocupação quando você planeja um evento?

Marcelo Calegari: Minha maior preocupação quando planejo um evento é ser o mais fiel possível com a arte do Muaythai.

A Feplam está por aproximadamente 12 anos trabalhando na realização de eventos e com isso passou por diferentes fases do desenvolvimento do Muaythai no Brasil.

Hoje, quando realizamos um evento tenho a preocupação de colocar na maioria das lutas, atletas de escolas que realmente entender e praticam o autêntico Muaythai. Além, é claro, de outros aspectos também importantes para um evento ser bem sucedido!

BJ: Qual a maior dificuldade que você encontra para executar o planejamento do evento?

MC: A maior dificuldade é a captação de recursos.

Culturalmente, o empresário brasileiro ainda tem restrição em patrocinar esporte de contato, mas isso está mudando. Acredito que em breve viveremos uma etapa muito mais promissora.

Além dos meios de comunicação especializados, outros formadores de opinião estão abrindo suas portas, o que levará o Muaythai a um outro patamar.

BJ: Como você pensa a bolsa de um atleta?

MC: Um evento é composto por diferentes centros de custos. Um deles é o orçamento destinado ao pagamento dos lutadores.

Componho as lutas mediante a verba que me é determinada.

BJ: Você sempre consegue pagar o que acha justo?

MC: A Feplam, acredito eu, é a entidade de Muaythai que melhor remunera os atletas. Mesmo assim estamos muito longe do justo.

Se for pontuar o quanto um atleta e sua equipe gastam para a preparação de uma luta, as contas nunca vão fechar.

BJ: Se não, pensa em outra forma de valorizá-lo? Como? Quais?

MC: Sim, além de tentarmos prestigiar o atleta pagando  as melhores bolsas possíveis, damos benefícios como entrada gratuita onde permite que o atleta leve seus familiares e torcedores sem custo*, coquetel na pesagem com alimentos e sucos, troféus estilizados, evento com cenografia e produção de primeira para prestigiar o atleta e enaltecer sua imagem.

Também vale ressaltar que abrimos as portas para os principais atletas em outros eventos (da Feplam) e eles também ganham uma camiseta da competição para guardarem de recordação.

BJ: É verdade que a Feplam já chegou a pagar R$30.000,00 de bolsa?

MC: Sim, pagamos em um evento para o vencedor de um super GP. O campeão foi Thiago Michel de MG no Desafio Profissional. Houve outro evento que pagamos R$15.000,00.

Pois é galera, que um dia consigamos voltar a pagar bolsas como esta para os atletas.

Eu, por hora, ainda estou pensando e repensando sobre eventos, bolsas, público, ingresso… Ainda sem nenhuma resposta, nenhuma sugestão e nenhuma conclusão do momento que vivemos.

E você, o que acha de tudo isso?

Boa noite a todos,

Japa

 

Quem publicou?

Rapha Ribrodi

Administrador & Fundador do AcervoThai, ex-lutador profissional, desenvolvedor web e consultor de dados. Migrou para a Tailândia em 2012, morou em Bangkok, Phuket, Ubon Ratchathani, Chiang Mai e Pattaya. Com mais de 10 anos no país de origem do Muay Thai, Raphael lutou nos principais estádios e eventos na Tailândia. Com mais de 60 lutas pela Ásia, ele se dedica a divulgar o esporte no Brasil, para ajudar a nova geração de lutadores brasileiros.
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