Olha, pode me chamar do que for, mas uma coisa que eu não sou é acomodada.
Quando não estou satisfeita comigo ou com o que está ao meu redor, eu mudo.
Uma das frases mais clichés que corre por aí é aquela que diz que se quer que as coisas mudem, comece por você mesmo.
Foi assim, quando eu decidi que queria ter uma vida mais saudável e entrei pela primeira vez numa academia, direto para uma sala com tatame e sacos de pancada.
Foi assim, quando decidi largar tudo por uma necessidade minha de explorar o mundo. E graças a essa viagem, cheguei na Tailândia e foi lá que eu decidi lutar.
Foi assim, quando topei ter esse blog… é muito surreal isso ter acontecido na minha vida. Juro.
Foi assim, quando eu não estava mais satisfeita com o treinamento que estava tendo e decidi procurar outra academia.
E está sendo assim agora, quando resolvi me demitir.
Fato é que de repente eu comecei a me ver completamente infeliz no trabalho. Percebi que eu não conseguia me dar completamente nem lá e nem na academia.
Quando eu estava trabalhando ficava pensando nos treinos: “Caramba, agora eu deveria estar correndo.” “Puxa, agora clinchando…”
E quando eu estava na academia, ficava mal por saber que eu poderia fazer meu trabalho melhor como eu sempre fiz, mas nesse momento, eu só fazia a obrigação.
Sem contar que estava sem vida, sem momentos até pra pensar. Descanso então que é tão importante, nada. A quantidade de horas que eu dormia era a mesma que eu treinava por dia.
Com tudo isso constatado, tomei uma decisão: pelo menos nos próximos meses eu me dedicarei mais aos treinos, às lutas, à Omnoi (minha equipe), ao blog, aos projetos suspensos ou outros que poderão surgir, e também, quem sabe, farei um teste como treinadora personal de muaythai.
Pode ser que dê certo, pode ser que não. Se não, assumirei o fracasso e mudarei de novo.
Eu não estou aqui dizendo que estou deixando minha carreira e minha formação. Eu realmente amo as artes e eu realmente sinto necessidade em atuar e lutar pela educação.
É que eu não sou mais uma menina, não terei muito tempo como atleta no muaythai: ou é agora ou é agora.
Depois, quando meu corpo não conseguir mais lutar e minha mente sentir necessidade de arte, eu mudo de novo.
Simples assim: Um passo por vez.