Um árbitro se encontra entre o amor e o ódio

Por Renato Carvalho & Equipe Acervo Thai

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Sabemos que erros de arbitragem acontecem todos os dias, e o mais importante de se dizer é EM TODOS OS LUGARES DO MUNDO. Entretanto, precisamos levantar algumas questões sobre arbitragem, para que possamos todos juntos melhorarmos ainda mais nossa postura como profissionais.

Existem assuntos que são polêmicos e que acaba gerando uma grande repercussão. Recebemos nos últimos 2 dias mais de 70 emails praticamente mencionando o mesmo ocorrido e levantando as mesmas dúvidas em relação a arbitragem dentro do Muaythai.

Primeiramente gostaríamos de agradecer pelos emails, isso somente reforça a autoridade que o Acervo Thai vem se tornando dia após dia dentro de nosso esporte. E em vez responder um por um, iremos dar a opinião de nossa equipe e colaboradores através desta publicação.

Que fique claro, que não queremos julgar ninguém. Mas, tentar entender um conjunto de erros e encontrar talvez uma possível solução para esses tipos de situação.

A nossa ideia com essa publicação não é citar o erro de um ou de outro, e nem denegrir a imagem de ninguém. Antes de continuarmos, precisamos mencionar um texto louvável escrito pelo treinador Samuel Victor do estado de São Paulo, que atualmente mora em Bangkok.

Clique na imagem para poder ver o texto completo de Samuel.

No texto escrito em seu perfil no facebook, Samuel, aborda e levanta que deveria se ter uma PUNIÇÃO para os erros de arbitragem. E realmente essa é uma questão a se pensar, sabemos que estamos sujeitos ao erro. Somos seres humanos e não máquinas. Mas é bom dizer que mesmo máquinas podem ter falhas em suas programações e vir a ocasionar erros devastadores.

E por quê não dizer que um erro de arbitragem não é devastador ? Sim, ele é. Já parou para pensar que um atleta ao subir no ringue não chegou até ali sozinho ? Um atleta é o resultado de um trabalho em equipe, querendo ou não.

É treinador que ficou com os braços doendo de pancadas, e colegas de treino que ficaram com costelas doloridas ou um olho roxo. São patrocinadores que por muitas vezes que é difícil de se conseguir, que apostou no atleta para levar o nome de sua empresa. E por aí vai!

Quem já competiu, sabe a frustração que é sair de uma competição sabendo que você deu seu melhor, sua equipe deu seu melhor e que mesmo assim, pela falha de uma outra pessoa você foi prejudicado. Por outro lado, existem os que fiquem calados, e quem são eles ? São os que se beneficiaram do erro.

São poucos os atletas e equipes que assumem que tal resultado é controverso ou que não mereciam. Mas quem é que vai julga-los ?! Eles ?! Claro que não! Eles foram lá, fizeram a parte deles e ponto. Acabou.

Só que no meio do amor e ódio, existe um terceiro fator. E esse fator é o responsável por controlar o que vem de sua esquerda e o que vem de sua direita. Mas, e quando esse terceiro fator erra ? O que acontece ? Parece que não acontece muita coisa. Os mais corajosos e humildes se declaram culpados e assumem o erro. Atitude de se tirar o chapéu, pois quantos fizeram isso ao longo dos últimos 5 anos ? Bom, não sabemos. Mas temos certeza de que foram poucos.

A verdade é que existe vários grupos para se julgar e organizar eventos, mas não existe nenhum grupo ou alguém responsável pela validação dos mesmos. Na Tailândia, para se formar um árbitro leva-se alguns anos. Porém, sabemos que muitos vão dizer que não estamos na Tailândia e que as coisas são diferentes. Concordamos!

E é justamente por isso, que se deveria ter algo exclusivamente para dar critérios e punições aos que se dispõem a mediar um combate, caso venham por qualquer motivo que seja cometer um erro.

Este grupo ou responsável pela validação, não necessariamente precisa ser de uma terceira coligação. O responsável por medir os critérios, avaliar, punir e escalar quem estará liberado para fazer parte da comissão de arbitragem do próximo evento, poderá ser uma pessoa do mesmo grupo que fique restritamente responsável pelo cargo.

E sobre as punições ? Punir alguém independente de qualquer coisa, vai depender da infração. E isso acontece em qualquer coisa existente no planeta. Se você fura o sinal vermelho ou passa pela via acima da velocidade permitida, receberá uma punição que poderá ser Leve, Média ou Grave. Se você mata uma pessoa, você receberá a punição de acordo com o crime que cometeu. Tudo deverá ser estudado e calculado.

E a intenção é somente punir para satisfação de terceiros e do que foi prejudicado ? Claro que não. A intenção da punição seria para reciclar o árbitro envolvido, para que o mesmo possa voltar em próximos eventos mais seguro e preparado para não cometer os mesmos erros.

Muitos erros de arbitragem acontecem pela falha na ‘formação’ dos árbitros. As vezes erros acontecem sem maldade, pelo simples fato de não conhecerem as regras por completo do “jogo”,  e por isso não conseguem executar e administrar um combate com excelência.

Deixamos aqui algumas dicas para punições:
– Reciclagem por (Mês) // O árbitro ficará estudando por um período vigente estipulado.
– Reciclagem + Prova teórica // Além da reciclagem, ao final do período o árbitro fará uma prova julgando erros similares aos dele.
– Bloqueado de arbitrar um número (X) de eventos.
– Estar presente em (X) eventos e analisar todas as lutas para avaliação do grupo ou responsável pela validação.

A nossa ideia é poder levantar questões a se pensar, para que todos possam crescer juntos!