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Tailândia cria novo plano para combater golpistas e traficantes de humanos do Mianmar

Fornecimento de eletricidade, internet e combustível será interrompido na quarta-feira em cinco áreas onde as gangues operam no país vizinho.

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Publicado em 04/02/2025

A Tailândia cortará os serviços de eletricidade, internet e fornecimento de combustível em cinco áreas de Mianmar na manhã desta quarta-feira para qauebrar as gangues de golpes que se tornaram uma ameaça à segurança nacional, anunciou na noite de terça-feira o vice-primeiro-ministro Phutham Wechayachai.

A decisão foi tomada após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, da qual participaram Phumtham, que também é ministro da Defesa, e outros altos funcionários. Eles concluíram que a ameaça à segurança justificava uma ação decisiva contra esses grupos criminosos.

Três áreas onde essas organizações atuam foram identificadas como alvos principais:

  • Myawaddy, localizada do outro lado da fronteira com Mae Sot, na província de Tak;
  • Payathonzu, que faz fronteira com o Passo das Três Pagodas, na província de Kanchanaburi;
  • Tachileik, que fica do outro lado da fronteira com o distrito de Mae Sai, na província de Chiang Rai.

Cortes programados para 9h desta quarta-feira

A partir das 9h (horário local) desta quarta-feira, os serviços serão interrompidos para os distribuidores de energia baseados em Mianmar nos seguintes pontos de conexão:

  1. Segunda Ponte da Amizade Tailândia-Mianmar – Myawaddy
  2. Ban Huay Muang – Myawaddy
  3. Passo das Três Pagodas – Payathongzu
  4. Ban Mueang Daeng – Tachileik
  5. Primeira Ponte da Amizade Tailândia-Mianmar – Tachileik

O Ministério das Relações Exteriores foi encarregado de notificar o governo de Mianmar e informar hospitais e comunidades que possam ser afetados para que tomem as devidas providências.

Impacto para a população local

Ainda não está claro quantos consumidores de eletricidade que não têm conexão com atividades ilegais serão afetados e quais medidas poderão tomar.

A mídia local citou Phumtham dizendo que a questão foi discutida com as autoridades de Mianmar, que entenderam que as atividades das gangues criminosas são um problema internacional, e não apenas da Tailândia.

Mais cedo na terça-feira, a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra aprovou o corte imediato do fornecimento de combustível e eletricidade para locais ligados a essas organizações criminosas. Ela afirmou que, sempre que houver evidências claras de que golpistas e traficantes estão se beneficiando da energia e do combustível fornecidos pela Tailândia, o abastecimento será interrompido imediatamente.

Muitas comunidades em Mianmar próximas à fronteira com a Tailândia também dependem do fornecimento de combustível e eletricidade tailandês.

“Precisamos cuidar do nosso povo primeiro”, declarou a primeira-ministra.

Ela acrescentou que as atividades dessas gangues tiveram um grande impacto sobre o povo tailandês e prejudicaram a imagem do país.

“Isso exige medidas sérias… que podem ser aplicadas imediatamente. Este é um assunto grave… que afeta todos os países.”

Na quarta-feira, Paetongtarn iniciará uma visita oficial de quatro dias à China, onde se reunirá com o presidente Xi Jinping para discutir fraudes cibernéticas nos países vizinhos da Tailândia, além de cooperação comercial e outros temas.

A primeira-ministra também pedirá a Xi que ajude a tranquilizar os turistas chineses de que é seguro viajar para a Tailândia. Isso ocorre em meio a preocupações de que alguns viajantes estejam cancelando suas viagens após a viralização de uma notícia sobre o tráfico de um ator chinês para Mianmar via Tailândia no mês passado.

Golpistas chineses e birmaneses na região

As operações de golpes cibernéticos, que movimentam bilhões de dólares, vêm se expandindo pelo Sudeste Asiático, especialmente no Laos, Camboja e Mianmar. A maioria dos operadores – e das vítimas – são chineses.

Muitas dessas operações são comandadas por fugitivos chineses que deixaram seu país em 2020, após uma repressão doméstica. Eles estabeleceram negócios fraudulentos em áreas de Mianmar onde o regime militar perdeu o controle para grupos rebeldes.

Os infames complexos Shwe Kokko e KK Park, em Myawaddy, operam sob a proteção de milícias Karen que romperam com o Exército de Libertação Nacional Karen, um grupo que se opõe fortemente às atividades das gangues de golpes.

O vice-primeiro-ministro Phutham afirmou que os contratos de fornecimento permitem que a Autoridade de Eletricidade Provincial reduza ou interrompa os serviços em áreas associadas às gangues em nome da segurança nacional.

“De junho de 2022 a junho de 2024, mais de 500 mil tailandeses foram vítimas dessas gangues e perderam mais de 60 bilhões de baht (cerca de 1,6 bilhão de dólares)”, disse ele. “Acho que uma redução gradual do fornecimento de energia seria muito lenta, pois o problema já é grave.”

Em um raro artigo sobre centros de golpes no mês passado, o jornal estatal Global New Light of Myanmar afirmou que itens essenciais, incluindo eletricidade e internet, não são fornecidos por Mianmar, mas por outros países – uma referência indireta à Tailândia.

O jornal também afirmou que “organizações estrangeiras” estavam investindo nessa infraestrutura.

Desde outubro de 2023, o governo militar de Mianmar repatriou mais de 55 mil estrangeiros, a maioria esmagadora chineses, que foram forçados a trabalhar em complexos de golpes.

Como é o complexo em Mianmar onde estão os brasileiros

Segundo o jornal O Globo, a localidade onde os brasileiros se encontram chamada ‘KK Park‘ contempla um complexo de “fábricas de golpes” nas quais estrangeiros aliciados por falsas promessas de empregos são obrigados a aplicar fraudes cibernéticas em vítimas ao redor do planeta. Outros brasileiros e estrangeiros resgatados do KK Park já descreveram terem sido submetidos a rotinas de agressões, ameaças de morte e condições precárias.

Mianmar é um país governado por uma Junta Militar e mergulhado há anos em um conflito civil. A instabilidade institucional do país abriu espaço para que grupos criminosos, muitos de origem chinesa, montassem lá suas bases para operações clandestinas. Os bandidos associam-se às facções locais de modo a garantir a continuidade dos negócios ilegais, enquanto aliciam estrangeiros com as falsas propostas de emprego.

Luckas e Phelipe não são os primeiros brasileiros a ficarem presos no KK Park. Em 2022, há o registro de que Patrick Lopes, de 24 anos, passou três meses no complexo, sendo obrigado a aplicar golpes em cidadãos americanos, juntamente a outros nove brasileiros. O grupo retornou ao país após uma negociação entre autoridades brasileiras e locais.

Em outubro, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) descreveu, em um relatório, que espaços como o KK Park são ‘frequentemente’ cercados de muros altos com arame farpado e guardados por seguranças armados, comparados a prisões. As fábricas do complexo, segundo o órgão, são alugadas ao mesmo tempo para diferentes grupos e operadores criminosos. Em 2023, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos apontou que ao menos 120 mil pessoas estariam sendo mantidas nesses espaços em Mianmar. No vizinho Camboja, seriam mais 100 mil vítimas do tráfico humano.

Fonte: Bangkok Post – Carta Capital

 

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Equipe Acervo

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