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Os 5 estágios da luta – minha estreia nos ringues

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Publicado em 21/09/2015

Já se passou uma semana da minha estreia e acho que agora eu consigo ter mais consciência para escrever sobre ela.

Vou tentar fazer da maneira mais impessoal possível dentro de uma subjetividade imensa que é falar sobre uma experiência única. Ok, impossível.

Cada pessoa vai passar por sua primeira (e todas) luta de uma forma, e as palavras serão sempre difíceis para traduzir o que é estar lá.

Se para essa função eu não poderei ser a mais precisa, peço desculpas. Por outro lado, prometo ser a mais sincera do mundo!

Manja quando dizem por aí que tem aquelas 5 fases para aceitar a morte? Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação? Me lembrei muito disso ao longo que a semana foi passando. Não pela morte e esses sentimentos, mas porque eu senti que passei por estágios.

Reparem que eu, pra fazer analogia aos 5 estágios do luto ou morte, elenquei as 5 sensações mais fortes que eu senti: dias antes da luta, no dia da luta, no dia seguinte e 2 dias depois.

Lutar é tão intenso que está reverberando em mim até hoje, por isso, diaS de sentimentoS – sim, tudo no plural.

Como o Carlitos, que treino junto na Steel Team, disse: “Você vai sentir algo que nunca sentiu na vida.”

E ele estava certo. Bom, vamos lá…

1. Tranquilidade

Preparação da Luta - Paula Japa

Foto: Thiago Ferrari

Fiquei absolutamente surpresa em como eu estava calma antes da luta. Confesso que tive 3 crises de ansiedade, dessas que parece que o coração quer sair pela boca. Mas era rápido, logo passava.

Cada dia que a luta se aproximava, a tranquilidade continuava. Por um lado eu achava ótimo, mas por outro, me dava medo de não estar encarando e trabalhando esse sentimento que eu podia encontrar mais perto da luta, tipo segundos antes.

Fiquei um pouco abalada também quando, dois dias antes, meu treinador me contou uma história: “sua oponente se machucou e o treinador dela me ligou falando que ela não poderá mais lutar.” Eu, japa, entristeci na hora.

Continuou: “Mas aí eu segui procurando outra adversária, e o tempo limite para isso era hoje, às 15h. No último minuto do segundo tempo, conseguimos! A luta continua em pé!”
(Agradeço imensamente ao Fábio e a Jéssica da Gueto Thai por terem topado essa!)

O Thiago Petrin continuou me treinando e omitindo a situação. Não é a toa que nos últimos treinos enquanto eu fazia rounds e rounds de aparador pesado, ele parecia mais preocupado com a luta que eu. Cheguei a pensar que ele não estava mais confiando em mim. Mas eu estava.

Confesso que a mudança de oponente me preocupou. Toda a imagem que eu tinha feito da minha adversária, e olha que eu nem a estudei, tinha caído por água abaixo diante dos meus olhos. “Não muda nada: adversária é adversária.” Meu mestre me falou.

A tranquilidade voltou. Mesmo porque lutar com uma imagem falsa criada da oponente poderia ser muito perigoso. Optei por não estudá-la porque lembrei do Marcão no Mundial em 1999. Quem é palmeirense ou antipalmeirense com certeza vai saber do que eu estou falando.

Voltando à tranquilidade, até a pesagem, chegar sozinha no evento, o momento da preparação, caminhar até o ringue, entrar no ringue, fazer o wai kru eu estava, juro, tranquila e sorridente.

Acho que foi o trabalho duro e a felicidade de chegar até ali que me deixaram assim.

Paula Japa - Wai Kru

Foto: Fabiana Ferreira

2. Terror

Juro, a chavinha que apontava para o sentimento de ‘tranquilidade’ mudou para ‘aterrorizante’ em frações de milésimos de segundos quando eu ouvi a palavra “fight.”

Meus amigos, pensei muito para escrever sobre isso, estava com medo de desencorajar vocês que ainda não lutaram, mas eu preciso ser sincera.

Fui ao meio do ringue com a oponente, ouvimos algumas regras do árbitro. Até que ele disse: “toquem as luvas… afastem-se… fight!”

E de repente eu me liguei que tinha alguém querendo me matar na minha frente. Eu fiquei aterrorizada. Repito: ATERRORIZADA!

Juro, foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, e olha que meu parâmetro pra momentos difíceis são pesados – eu perdi minha mãe quando eu tinha 11 anos.

Não dava tempo de pensar, não conseguia executar as estratégias, não conseguia ler a oponente. É como se eu tivesse vivido um conto de fadas até então: uma coisa é treino, outra coisa é luta.

O momento mais importante para que esse sentimento fosse amansado foi ter ouvido do meu córner: “20 segundos”, disse o meu mestre. “Calma, Japa, o primeiro round já foi”, disse meu treinador Felipe Zayas.

Nesse exato momento aconteceu um estalo na minha cabeça. Ao mesmo tempo que eu pensei: “Ah, já tá acabando um round? É ‘só’ isso?”, pensei também: “Caramba, tenho pouco tempo, preciso fazer algo!”, já que eu tinha certeza que estava  perdendo aquele round. Ou seja, ouvir aquilo me tranquilizou e me deu força pra tentar virar o jogo.

Foi nessa que eu acertei um cruzado e consegui perceber que eu tinha alguma chance de reverter a situação e até ganhar a luta.

Paula Japa x Jéssica

Foto: Sérgio Saribera

Paula Japa x Jéssica

Foto: Sérgio Saribera

 

Paula Japa x Jéssica

Foto: Sérgio Saribera

3. Não entendimento

A luta acabou e seguimos para o centro do ringue para anunciarem a vencedora. A luta foi muito dura, pau a pau, não sabia de quem o árbitro levantaria a mão.

Sabe, antes de eu entrar no ringue eu não tinha medo de perder, de levar um nocaute, de me machucar, de morrer. Meu único medo era de ou fazer muito feio, sem técnica alguma, ou de desistir. Medo da pressão psicológica ser tão grande que eu não conseguisse subir no ringue ou o abandonasse no meio de um dos intervalos. Morria de medo de morrer no gás e não conseguir continuar a luta por incompetência física.

Logo no primeiro round, a minha adversária me acertou um teep na cara. E eu senti meu nariz sangrando. Eu quase entrei em pânico, não pelo nariz em si, mas fiquei com muito medo que o sangramento fosse tamanho que o árbitro decidisse parar a luta.

Então, quando passou os 4 rounds e eu me vi ainda em pé, em boa condição lá em cima, eu fiquei extremamente orgulhosa. Ainda estava aterrorizada, mas esse sentimento estava sendo substituído por outro que era de não entender nada o que acabou de acontecer e sem saber identificar exatamente o que eu sentia. Eu estava anestesiada! Era a adrenalina ainda correndo a mil.

Olha a definição que meu treinador Thiago Petrin usou:

“Todas as dificuldades e barreiras nesse momento são aliviadas. O grito, o suor do treino, as lágrimas de dor são arrebatadas por uma sensação de euforia completa!

Parecemos flutuar por alguns instantes.”

Exatamente isso! Flutuar pode ser uma boa palavra.

IMG_0854

Foto: Sérgio Saribera

 4. Querer mais

Acordei no dia seguinte sem dor alguma, o choque já tinha passado e veio uma vontade absurda de lutar de novo. Se eu pudesse, seria logo no dia seguinte.

Simples assim.

Era uma sensação de energia no corpo que precisava sair por meio de golpes, uma vontade de fazer de novo, tentar de novo, de viver aquilo, e principalmente, de fazer mais e mais bonito. De encarar o medo de forma diferente. De matar o medo. De pegar prática, de ser boa. De sentir aquela sensação inexplicável e dominar aquela sensação inexplicável.

O que isso significa? Indício que um novo vício estava sendo criado.

5. Raiva

Aí depois de 2 dias que a luta passou, e talvez toda a adrenalina também, veio a raiva. Raiva de não ter conseguido fazer quase nada do que treinei, de não ter conseguido colocar aqueles golpes, aquelas sequências e aquelas estratégias que chorei para conseguir fazer. Chorei por demorar pra acertar, chorei por tantas repetições que precisei fazer, chorei pelas dores que foram causadas pelas repetições.

Desde que eu decidi lutar, até o dia da luta foram 8 meses.

8 meses para 8 minutos. E valeu a pena cada choro e sentimentos desses.

E, pelo que me disseram por aí, pode ser a primeira ou a décima luta, os sentimentos não morrem.

Como meu amigo lutador Vinicius Zani disse: “se esses sentimentos pararem de existir, é hora de você parar também.”

Um beijo,

Japa.

Quem publicou?

Paula Yurie

Estudante e Ex-lutadora de Muaythai, mora na Tailândia, já foi patrocinada pela Tiger Muaythai e é blogueira do Acervo Thai.
Parceiro de mídia oficial no Brasil
WBC Muaythai Brasil

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