Ontem eu senti uma coisa que há muito tempo eu não sentia.
Sabe aquela sensação de chegar sozinha num lugar novo que você não conhece ninguém?
(Confesso que até estava com saudades dessa sensação)
Nossa, lembro que em cada ginásio que começava a treinar pelo mundo, me trazia junto aquela sensação de primeiro dia de aula, saca?
Meu, por exemplo, quando eu cheguei no Hauptstadt Gym em Berlim, todos os caras me olharam com aquela feição: “o que essa menina está fazendo aqui?”
Cuidadosamente, o treinador que já sabia que eu iria, me recebeu e me incluiu na aula. Em minutos eu já me sentia parte dali.
Ouvi antes de chegar e depois que deixei Barcelona que os catalães são muito fechados, mas enquanto eu estive lá não foi o que eu percebi. Treinei quase todos os dias da minha estadia e meu, juro, eles me tratavam como uma princesa.
“Ah, Japa, mas você não se relacionou com um pessoal qualquer, você tava com os caras do Muaythai, né? É diferente…” – um amigo me disse.
O que eu quero dizer com tudo isso é que pela minha pequena experiência pelo mundo eu ouso dizer que não importa onde, mas no mundo do Muaythai existe muita gente de compromisso, com o coração bom, falando a mesma língua, se ajudando, fazendo essa arte acontecer, ou melhor, se expandir.
E ontem no workshop do Acervo Thai foi assim, aquele friozinho na barriga antes, mas depois aquela sensação de, na verdade, não estar sozinha. Aquela sensação de pertencer a um mundo com muita gente que é e que quer o mesmo que eu, que você, que nós.
Agradeço a todos que estiveram presentes ontem pela generosidade em trocar experiências e informações, principalmente o Rapha do Acervo Thai e o Dener que fez esse encontro acontecer.
Saí ontem com os olhos de uma apaixonada. Quanto mais eu sei sobre Muaythai, mais eu me encanto… e ontem eu aprendi coisas que eu poderia saber apenas morando e lutando na Tailândia. Informações preciosas em um belo dia de sábado.