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Muaythai não é algo fofo 2

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Publicado em 30/06/2016

O que é irônico é que muitos procuram muaythai para melhorar sua aparência, mas o muaythai não tem nada a ver com esse tipo de vaidade.

É comum ver uma pessoa falando que ama muaythai, mas não treina clinch. Que ama muaythai e nunca frequenta ambientes de muaythai que não seja suas aulas na sua academia.

Quero ver amar muaythai clinchando pelo menos (repito, pelo menos) 30 minutos por dia.

Quando, mesmo cansado, sente-se na obrigação de ir a um evento ou procurar lutas para assistir.

Estudar regras, conhecer lutadores e respeitar a tradição.

Fato é que eu mesma comecei o muaythai por saúde e consequentemente tive algum resultado estético por conta da perda de peso.

Mas e agora, o que me resta nessa vida?

Usava sempre um alargador, mas por ter que tirar 2 vezes ao dia pra treinar, deixei há pouco de usá-lo.

Meu All Star de todo o santo dia foi tomado por um tênis de corrida, desses que eu sempre achei horrível.

Calos na mão, roxos no corpo, o rosto sempre todo ralado. O cabelo ressecado, afinal, é lavado 2 vezes por dia.

A famosa orelha “couve flor” ou “de repolho”. Pra quem acha que isso é exclusividade do jiu jitsu é porque não treina muaythai de verdade e não deve sonhar que sim, é possível.

Meu treinador Raoni Messore e eu com a orelha inchada.

Pensar em ter uma franja um pouco mais curta também deixou de ser opção. Atrapalha muito, melhor não.

Unhas compridas? Jamais!

Pois é… quero ver falar que ama quando se tem que abdicar de todas essas coisas.

Fiquei a pensar esses dias sobre viver dessa forma.

Eu que julgo a liberdade tão importante, de repente me encontro a serviço dos treinos e da luta.

Porque, saiba, fazer dieta não tem mais com o intuito de ficar “filé”. O único objetivo agora é ficar leve pra treinar bem e lutar numa categoria mais baixa.

Procurar um médico pra ver o problema do pulmão ou do desvio de septo, coisa que você nunca fez antes, não é pela saúde. É pra ajudar na respiração para a luta.

Tudo gira em torno disso: do treino e das lutas.

Mas quando você supera as dores, supera as dificuldades vem uma sensação de poder.

E  com esse empoderamento, quando você sobe no ringue em frente do inesperado não há outro lugar que a auto confiança seja praticada tão bem…

E quando acabam aqueles 5 rounds, a glória de ter feito uma boa luta enche o coração de um sentimento libertador.

Acho que é isso. Acho que é por isso.

Mas, definitivamente, como o Tiago Simão já disse neste post : muaythai não é algo fofo e se fosse, chamaria “treino funcional com luvas para você pagar caro e não aprender nada”.

Quem publicou?

Rapha Ribrodi

Administrador & Fundador do AcervoThai, ex-lutador profissional, desenvolvedor web e consultor de dados. Migrou para a Tailândia em 2012, morou em Bangkok, Phuket, Ubon Ratchathani, Chiang Mai e Pattaya. Com mais de 10 anos no país de origem do Muay Thai, Raphael lutou nos principais estádios e eventos na Tailândia. Com mais de 60 lutas pela Ásia, ele se dedica a divulgar o esporte no Brasil, para ajudar a nova geração de lutadores brasileiros.
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