Cada luta, um sentimento diferente.
Cada sentimento diferente, um aprendizado sobre o esporte, sobre si mesmo e sobre a vida.
Passando rapidinho pra dar notícias, faz tempo que não publico aqui.
A vida está uma loucura: dois treinos por dia, trabalho, atravessar a cidade na ida, na volta, lutas e mais lutas.
Ontem fiz minha nona luta! Uau!
E saí com a vitória aos olhos dos 5 juízes: 1 empate e 4 favoráveis a mim.

Paula Japa (Omnoi) X Jéssica (Onorato) Luta pelo Arena Brazil, organização da FEPLAM
Apesar de ter saído com a vitória, não saí feliz. Não saí satisfeita com meu desempenho.
Não sei, não achei o jogo que treinamos, me senti perdida. Meu corner me falou que eu precisaria ser muito superior no round 5 se eu quisesse ganhar e assim fui, de coração, tentar pegar a vitória.
Consegui, mas não saí feliz.
Cara, eu não tenho nem 1 ano de ringue e ainda consigo contar nos dedos das mãos a quantidade de lutas que eu tenho, mas mesmo assim posso dizer que já senti o gosto de vários sentimentos em relação a lutar.
Já senti que fiz uma luta muito boa e saí com a vitória. Nesse caso, a felicidade exala fortemente, como diz meu treinador Raoni Messore.
Já fiz luta parelha, que na hora de levantar a mão você não sabe o que vai acontecer… e quando levanta a sua, você sente aquele alivio e o dever cumprido.
Já nocauteei. Sensação incrível!
Já lutei mal e perdi, mas saí conformada.
Já senti que lutei muito bem e perdi, mas continuei feliz pelo o que apresentei.
Já senti o contrário, de ter lutado bem e ganhado, e os árbitros darem para a adversária e eu sair com raiva, muita raiva.
Ontem, saí insatisfeita. Incompleta.
A única coisa que me fez melhor foi ver o sorriso na cara dos meus treinadores.
Mas o pior que lutar e perder ou lutar e não gostar do que apresentou, é sem dúvida não lutar.
Há duas semanas, eu faria minha nona luta. Essa de ontem seria a décima para atingir minha meta de 10 lutas em 1 ano.
Na sexta-feira a tarde, quando eu já estava no peso – pesagem sábado, luta no domingo – a minha adversária se machucou e comunicou à organização do evento que não poderia mais lutar.
Preparação física, técnica, dor, exaustão, perda de peso pra nada é realmente desanimador. Segunda-feira eu não queria nem mais treinar… será que valeria a pena sofrer tudo de novo? Será que a próxima luta vai acontecer mesmo?
Respirei e segui… falei esses dias para uma amiga que ser atleta tem me ensinado mais sobre a vida do que quando eu estudava filosofia. E é a mais pura verdade.
Ah, e quanto a me preparar de novo, sim, valeu a pena.
Minha adversária, Jéssica da Onorato, cumpriu seu compromisso e muito bem. Mérito dela não ter deixado eu conseguir impor meu jogo e fazer eu colocar na minha coleção de sentimentos pós luta essa sensação nova.

Obrigada, Jéssica!
Sensação que me coloca em cheque se ‘nasci pra isso’… mas a minha teimosia e meu amor não me deixará desistir.
Então aqui estou, mais forte e à espera de outros sentimentos que eu ainda não experimentei.

Omnoi Muaythai Gym 2015 com o troféu no IX Arena Brazil ontem.