O árbitro tailandês, Yongsak Na Songkhla, teve uma recepção surpreendente em Atibaia, interior de São Paulo, no último dia 13 de abril. O evento, promovido pela PMIF (Pairojnoi Muaythai International Federation) — sob liderança de Ademir Mori (diretor geral), Cassiano Lopreto (diretor de arbitragem) e Edy Dias (coordenador de arbitragem) — conseguiu reunir 120 participantes para um curso de arbitragem internacional com um dos nomes mais renomados da arbitragem tailandesa. O número expressivo foi divulgado pela própria organização em suas redes sociais.
Em clima de celebração, a PMIF compartilhou publicamente seu entusiasmo, agradecendo à AMTI, especialmente na figura do diretor Paulo Carvalho, responsável por trazer Yongsak ao Brasil e articular os cursos oferecidos à comunidade brasileira. O evento atraiu árbitros e entusiastas de diversas regiões do país, incluindo uma delegação do Rio de Janeiro, tornando o encontro um marco de união e respeito pelo desenvolvimento técnico do esporte.
A grande procura pelo curso resultou em superlotação do espaço, levando à suspensão das inscrições e a um pedido público de desculpas aos que ficaram de fora. O episódio, porém, escancarou o genuíno interesse da comunidade nacional em ouvir diretamente de uma das principais autoridades do Muaythai mundial, seus pontos de vista, experiências e visões sobre o futuro da arbitragem.
Yongsak, atualmente diretor de arbitragem do Rangsit Stadium e ex-diretor do tradicional Canal 7, também atua como supervisor em uma das principais entidades de arbitragem da Tailândia. Reconhecido diversas vezes pela mídia especializada, recebeu o prêmio de Melhor Árbitro do Ano pela SAT (Autoridade Esportiva da Tailândia), órgão máximo do esporte no país.
Mais do que um instrutor, Yongsak é um formador de formadores: uma das figuras mais ativas na capacitação de árbitros na Tailândia, diretamente ligado à SAT. Também é uma das vozes que impulsionam a renovação do pensamento dentro da arbitragem tailandesa, especialmente no que diz respeito à revisão de regras, à integridade dos atletas e à proteção das crianças no esporte.
Um dado curioso: enquanto os cursos de arbitragem promovidos pela SAT e pela Associação de Muaythai Profissional da Tailândia (PAT) costumam oferecer de 30 a 50 vagas — mesmo em programas destinados a estrangeiros —, o curso na sede PMIF em Atibaia teve o triplo de interessados, sinalizando a força e o desejo de evolução por parte da comunidade brasileira.
Em contraste com o espírito de evolução e construção promovido pelo evento, vale lembrar um episódio anterior envolvendo Cassiano Lopreto, atual diretor de arbitragem da PMIF. Em julho de 2024, Cassiano participou de uma transmissão ao vivo conduzida por Fernando Luiz Leite, responsável pelo perfil “Último Round”, cujo objetivo inicial era discutir regras e funcionamento da arbitragem na PMIF. Contudo, o tom da live tomou um rumo controverso. Em vez de esclarecimentos, houve espaço para ataques diretos à AMTI, ao site AcervoThai, e indiretamente ao próprio trabalho de Yongsak.
Em dado momento, Fernando classificou como “um desserviço ao Muaythai nacional” a aproximação de grupos brasileiros, uma fala que, além de infeliz, ignora o contexto global de evolução do esporte e deslegitima o esforço de quem busca atualização diretamente na fonte.
Esse episódio, foi um dos estopins que motivaram Paulo Carvalho a agir — não com palavras vazias, mas com atitude. Ao trazer Yongsak ao Brasil, a AMTI respondeu na prática: os tailandeses não só estão abertos à mudança como são protagonistas dela. A visita do árbitro tailandês e o sucesso dos eventos foram, assim, uma resposta contundente à tentativa de desacreditar o trabalho sério e comprometido com a verdade que vem sendo feito por entidades como a AMTI e o site AcervoThai.