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O triste fim

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Publicado em 02/10/2016

Pois é, gente… eu resolvi falar.

É lindo falar sobre a vida. É tabu falar sobre morte.

Assuntos que “podem” ou “não podem” ser abordados nos definem culturalmente.

Fazendo aquela analogia de sempre, é lindo falar sobre a relação atleta e treinador. Não discordo disso de forma alguma. Eu mesma já falei sobre isso neste post e uma amiga explorou este assunto recentemente também.

Mas há um outro lado que não é tão bonito de ser falado e eu, desde que passei por isso, sempre quis falar dessa minha experiência, mas para não criar polêmicas sempre deixei para o amanhã. Talvez o amanhã tenha chegado junto com o seguinte episódio: um amigo querido está passando por algo parecido e quando notei que havia lágrimas em seus olhos percebi que esse assunto não é sobre mim. É sobre muitos.

Quando aconteceu comigo, recebi uma porção de mensagens privadas dizendo que já passaram por isso e que a vida é assim mesmo.

Leia a frase de novo: Mensagens privadas. Parece que ninguém pode expor seu apoio neste caso.

Mensagens abertas sempre te desejam sorte na nova caminhada. E há também as mensagens pela suas costas e mensagens indiretas que te destroem.

Não há pudor que meça o julgamento que fazem de você: “traíra”, “vendido”, “subiu pra cabeça”.

Às vezes, pasmem, vem de pessoas que nunca te viram pessoalmente.

Por que, gente?

O fim de um relacionamento entre um atleta e seu treinador é sempre triste. É o fim de um relacionamento, assim como um namoro. Por mais saudável e em comum acordo que seja, é triste.

Assim como o fim de relacionamentos amorosos, muitas vezes é iniciativa de apenas uma das partes. E dói.

Às vezes acontece por decepção. Por falta de confiança. Dói.

Por que, nesse momento tão frágil, muitas pessoas preferem deixar a situação mais dolorosa à empatia ou simplesmente ao silêncio?

Sei que quando aconteceu comigo, eu estava em um momento que eu não conseguia enxergar um palmo a frente do meu nariz, de tão obscuro que estava minha a minha vida e meus pensamentos. Eu LITERAMENTE não conseguia enxergar nada.

Eu já estava vivendo um inferno, e junto com isso, a dúvida de largar a equipe me afundava cada vez mais. Era não estar feliz naquele lugar, mas também me sentir culpada por querer mudar. Era um sentimento horrível. Era sofrimento. Eu estava mal, muito mal. MUITO.

Prorrogar a dúvida era a falsa sensação de prorrogar a dor do fim: “Eu vou levando mais um pouco, vai dar tudo certo, essa fase ruim vai passar.”

Não passava e com isso, eu prorrogava a infelicidade, não a solução.

Na época, fiz uma luta não só sem enxergar as coisas à minha frente, mas também eu não conseguia mais ouvir quem, supostamente, eu deveria. Nessa altura eu já estava perdendo os sentidos.

Tomei a decisão de mudar de equipe com ajuda de amigos (nunca esquecerei o nome de vocês, vocês sabem quem são) e principalmente da minha família. A dor do fim mais a incerteza do novo dominavam meu coração e meus pensamentos de uma forma voraz.

Agora eu já estava perdendo também a respiração. Foi muito difícil, muito.

E nesse momento tão difícil, que eu já estava completamente vulnerável, muita gente se viu no direito de opinar sobre uma situação que desconhecia. A minha visão ficava cada vez mais turva, como se eu tivesse longe da luz, sozinha no fundo de um poço ou num túnel sem fim.

Mal, eu estava muito mal.

Na semana passada, um amigo, por outros motivos, decidiu sair de sua equipe. E mesmo estando numa situação completamente diferente, sem desavenças, após sua decisão percebo que está acontecendo o mesmo com ele.

Só posso, nesse momento, estender minha mão e desejar força.

Apoie-se em quem quer seu bem. Lembre-se no que você acredita.

Só meu amor pelo muaythai conseguiu me manter de pé, me fazendo acordar cedo todo santo dia e dormir tarde para treinar.

Nesse momento eu estava muda, não podia e nem tinha força para me expressar. Eu tampouco seria ouvida.
(menos postagem nesta época no blog não é mera coincidência)

Treinei quieta – e como treinei.

Além de tudo isso, ainda estava num lugar novo ouvindo não, não e não. Ouvindo que eu não sabia fazer nada. Cheguei a chorar, no meio de um treino, enquanto batia num saco de pancada.

Um dia consegui inspirar e expirar o ar naturalmente, a visão voltou e a certeza que eu fiz o certo se deu.

Terminar uma relação é difícil, mas se manter na infelicidade é pior. E saiba, depois da decisão será pior ainda, mas uma hora as feridas se curam e a dor passa.

Sabe, a gente fala tanto de evolução como atleta e treinador no muaythai, mas as vezes esquecemos que precisamos também evoluir como seres humanos e ter mais respeito ao próximo.

Desculpa, foi necessário o desabafo.

 

Quem publicou?

Rapha R. Chatsetthanan

Administrador & Fundador do AcervoThai, ex-lutador profissional, desenvolvedor web e consultor de dados. Migrou para a Tailândia em 2012, morou em Bangkok, Phuket, Ubon Ratchathanii, Chiang Mai e Pattaya. Com mais de 12 anos no país de origem do Muaythai, Raphael lutou nos principais estádios e eventos na Tailândia. Com mais de 60 lutas pela Ásia, ele é casado com uma tailandesa, estudante do idioma thai e se dedica a divulgar o esporte no Brasil, para ajudar a nova geração de lutadores brasileiros.
Parceiro de mídia oficial no Brasil
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