O objeto mais cobiçado no mundo do muaythai, os cinturões. Ao longo do tempo percebemos que o acesso ao tão cobiçado objeto ficou um pouco mais fácil. Muitos lutadores antigos reclamam da mesma coisa: “Antigamente a gente treinava muito, era o primeiro do ranking por anos, e nunca tínhamos a chance de disputar o título.” E eles têm razão, pois não existiam vários campeões e cinturões como há hoje em dia. Existiam apenas os campeões regionais, e os campeões dos estádios.
A Tailândia é dividida em quatro regiões: Nordeste (Pak Isan), Norte (Pak Nua), Central (Pak Klang) e Sul (Pak Tái). Essas regiões produzem seus lutadores, campeões, que futuramente, virão a morar em Bangkok (Capital do País). Mas tudo isso acontecendo com crianças, geralmente menores de 45kg que é o peso mínimo para disputas de títulos nos estádios em Bangkok.

Modelos de cinturão tailandês
Nordeste e Sul são as que mais produzem lutadores, e seus títulos são os mais importantes. Tem muita criança lutando nessas regiões, e as disputas são muito acirradas. Geralmente com bolsa baixa, por volta de R$ 35-70 reais, mas os donos de academia e familiares, sempre envolvem grandes apostas para suprir os custos.
Quando atingem o peso mínimo, começa a corrida pelos cinturões em Bangkok, e os mais requeridos são os dos estádios Lumpinee e Rajadamnern. São os dois títulos mais disputados do país.

Cinturão Estádio Lumpinee

Cinturão Rajadamnerm

Saenchai – O melhor peso por peso do mundo da última geração
Os cinturões de TV
A próxima classe são os cinturões de TV: Estádio Omnoi (transmitido pelo canal 3), e o estádio do Canal 7. Dentro do estádio, há duas classes de campeões: os campeões do estádio, e os campeões de torneio. Os torneios, atualmente, são os principais patrocinadores, com boas premiações, brindes, além da exposição semanal na TV. No passado os organizadores de torneios eram principalmente as grandes montadoras como Toyota, Isuzu e Mitsubishi.
Hoje em dia o principal é o Isuzu, que pela sua ótima premiação, consegue trazer lutadores renomados, e ainda dá um carro de brinde para o campeão. Mas várias empresas estão patrocinando o muay thai e realizando seus torneios como: Maa Deng (agrotóxico), Gyproc (material para construção), Punsua (cimento), Gaeyanghádao (frango assado), Weber (material para construção) entre outras.
O grande problema é que o torneio é longo, leva por volta de 5 meses a fase de grupos, e lutador fica impedido, por contrato, de lutar noutros eventos.
Existem também os cinturões das federações WMC, WBC e WPMF – mas raramente são disputados entre tailandeses. As disputas WMC e WBC geralmente acontecem fora da Tailândia. Na maioria das vezes são transmitidas ao vivo pelas tardes, ou como preliminares para disputas de boxe.
Cinturões e o prêmio mais importante do muaythai

Panpayak – 3x o melhor do ano na Tailândia
A última classe, e também a mais importante, não existe cinturão ou disputa. O prêmio de lutador do ano é apenas um troféu, mas é preciso ter provado, durante todo o ano, e contra os melhores do mundo, que é o verdadeiro merecedor. Yodvicha Por Boonsit, Saengmanee Sor Tianpo, Sam-A, Saenchai, Singdam, Anuwat e Nong-O, e nomes antigos como Jareothong, Orono Por Muang Ubon, Dieselnoi, Samart Payakaroon, Sakmongkon entre outros.
Texto original: Leonardo Monteiro