A história da Regra no Muaythai Profissional

Publicado em 19/09/2018

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Conheça melhor a história por trás das regras no Muaythai Profissional

Regra sempre será a coisa  mais importante que você deve entender dentro do Muaythai. Ou por acaso você entra em algum esporte sem entender a regra? Espero que não.

No muaythai profissional a arbitragem da luta nunca foi algo muito simples de entender, mas isso tem melhorado muito com o passar do tempo, alias atualmente no Brasil há entidades de arbitragem muito bem qualificadas para isso. Mas antes de chegarmos ao assunto Regra, devemos entender a origem dela. E ela é bem mais nova do que você pensa.

  • Era uma vez a luta sem regras

O período mais importante para o crescimento do muaythai é chamado de Reino de Ayutthaya (1351 – 1767). A Tailândia ainda era chamada de Reino de Sião e durante esse período o Reino era vasto e rico. O muay era praticado por militares e civis, de crianças a idosos, homens e mulheres.

Perceba que me referi a arte marcial como “muay”, pois naquele período não havia a definição “muaythai”, mas apenas muay, a luta desarmada. Durante os períodos de paz, eram muito comuns apresentações das diferentes regiões de Sião em festivais religiosos e voltados a festividades da família real.

Para entender melhor sobre os estilos de muay leia nossa matéria: Estilos de Muaythai existem?   E também: A relação do Muaythai com seus vizinhos

Voltando ao assunto, durante boa parte do Reino de Sião as lutas de muay não possuíam regras fixas, basicamente tudo era decidido na hora. O único consenso era que a luta terminaria via KO ou desistência do adversário. E a marcação de tempo era realizada utilizando um coco furado em um balde de água.

Como a morte de um lutador criou a regra no muaythai

O primeiro ringue fixo foi construído apenas em 1921 no Suan Kulap College, em Bangkok. Sendo uma escola era oferecido além do Muay, Boxe ocidental e Judo a seus alunos. Porém em 1929 durante uma exibição para o Rei da Tailândia um dos lutadores morreu em combate.

Importante lembrar que as lutas eram feitas com as mãos enroladas em cordas (kard chuek) em um ringue improvisado, as vezes apenas com marcações no chão. Tablados também eram usados, ou apenas uma corda cercando o local.

A partir desse momento por ordem Real, o instituto de esportes do país deveria desenvolver regras para a luta. Devemos lembrar que o Boxe ocidental já era bem conhecido e praticado, sendo assim, boa parte dos conceitos do Boxe foram utilizados no muay.

Rounds, divisão por peso, tempo, uso de luvas, tudo teve base no Boxe. Mas não foi tão simples assim. Haviam eventos em todos as regiões do país e naquele momento quase ninguém aderiu a regra.

Infelizmente não há quase nenhuma informação oficial sobre o processo que desenvolveu a arbitragem, os critérios e orientações, mas a regra passou a ser respeitada apenas quando implementada no Rajadamnern Stadium em Dezembro de 1945 pós Segunda Guerra Mundial.

Os critérios de julgamento

De forma simples os critérios determinam que o lutador deve ser forte do começo ao fim da luta, impor seu jogo, se manter equilibrado e andar sempre para frente. Simples, correto? Na verdade não.

É comum discutir sobre estilos de muaythai como; khao, madh, fimeu, mas é importante entender esse jogo dentro da luta e como isso é julgado. Durante a Era de Ouro do esporte (1970 – 1990) a luta era bem diferente, assim como alguns pontos da regra, mas a agressividade era ponto predominante.

Após esse período por influencia das apostas as lutas se tornaram mais técnicas, e o clinch se tornou um ponto  muito forte dentro da Tailândia. Aqui no Brasil não há influencia de apostas, sendo assim os critérios são os citados acima. Força (causar dano) – Impor o jogo – Equilíbrio – Postura.

Há outros critérios? Com certeza. Mas você deve estudar sobre isso, assistir lutas e tentar julga-las.

Regra e arbitragem devem ser estudadas todos os dias, os critérios a principio são simples, mas as lutas e situações complicam bem a análise de leigos como eu por exemplo. Há ótimas entidade de arbitragem no Brasil que oferecem cursos, workshop e treinamentos.

 

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